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terça-feira, 11 de setembro de 2018

A prevenção ao suicídio e o Setembro Amarelo

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O suicídio está entre as dez principais causas de mortalidade no mundo e é o segundo motivo mais frequente na faixa etária dos 15 aos 34 anos. Não é possível estabelecer uma explicação única para esse tipo de morte. O mais provável é que resulte de uma interação entre fatores sociais, ambientais e individuais. No entanto, sabemos que os transtornos psiquiátricos têm um peso diferenciado nessa equação: quase todas as pessoas que cometeram suicídio apresentavam doenças como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia ou faziam uso de drogas, lícitas ou ilícitas. Assim, o tratamento do transtorno psiquiátrico é a principal forma de prevenção do suicídio, cujo risco é uma emergência médica.
O estigma é uma das maiores barreiras para o acesso ao tratamento: está presente na pessoa que evita buscar ajuda por vergonha dos seus sintomas, no gestor que não direciona os recursos necessários à saúde mental e naquela pessoa (familiar, amigo ou colega) incapaz de reconhecer que, caso houvesse possibilidade de escolha, não se optaria pela doença. O estigma nos cega para a eficácia e segurança da eletroconvulsoterapia e colabora para o fechamento de leitos de tratamento psiquiátrico, ambos necessários para salvar vidas.
O Setembro Amarelo é uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) que tem como objetivos principais: 1) chamar a atenção da sociedade para esse grave problema de saúde pública; 2) fornecer informações técnicas sobre os principais fatores de risco e as formas de prevenção do suicídio. Mas ao falar da importância do diagnóstico e do tratamento dos transtornos psiquiátricos, o Setembro Amarelo vai além e contribui para a redução do estigma e do preconceito dos quais inúmeros brasileiros são vítimas. Mais do que isso, reconhece o potencial de cada indivíduo da sociedade civil para ajudar na redução das taxas de suicídio, não somente a partir do conhecimento dos sinais de alerta, fatores de risco e de proteção, mas também colaborando com a redução do estigma e do preconceito em relação aos transtornos psiquiátricos.

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